Nintendo ficará temporariamente sem distribuidora oficial no Brasil

Nintendo ficará temporariamente sem distribuidora oficial no Brasil

9 de janeiro de 2015 0 Por Fiori Zonta

A empresa Gaming do Brasil que é uma subsidiária da empresa Juegos de Vídeo Latinoamérica, divulgou que a partir desse mês de Janeiro não irá mais distribuir jogos, consoles ou periféricos da Nintendo aqui no Brasil, um dos motivos indicados pela empresa foi a dificuldade de adequar aos desafios do mercado nacional com a política de trabalha da empresa tornando assim inviável a continuidade do trabalho.

Analisando todo o cenário da distribuição de games na Nintendo já era visível (ou até esperado) que a saída da Gaming do Brasil era esperada, uma vez que nos últimos meses tivemos sinais claros de atrasos em lançamentos como nos casos dos Amiibos, os adaptadores de GameCube para Wii U e  o Captain Toad: Treasure Tracker que nem chegaram as prateleiras brasileiras, ou mesmo alguns atrasos em jogos de 3DS e Wii U. Somando isso ao fato de a empresa não se adequar as novas regras para vendas com cartão de crédito internacional (leia mais abaixo), a não instalação de um produtora nacional, nem para simplesmente prensar as mídias e sai conseguir fugir de alguns impostos, ficando assim a merce dos altos impostos da importação de games, tornando os jogos cada vez mais caros.

Opinião

Apesar de a Nintendo ter conseguido melhoras nos últimos meses ela ainda não está totalmente recuperado dos últimos anos recheados de déficits e com isso deve ficar ainda por um tempo para voltar ao nosso país com força, ainda mais em uma ano que economicamente não dá indícios de ser uns dos melhores, mas apesar disso acredito que nenhuma empresa de game abriria mão de um mercado e no longo prazo deve voltar ao país, mesmo assim a empresa não deve ficar totalmente fora do país, sempre existe o mercado de importados e alguma das grandes empresas que revendem o game pode importar grandes hits como os jogos de Wii U que estão por vir.

Entenda o problema com o cartão de crédito internacional

No final de 2013 uma modificação nas regras de uso do cartão internacional interferiram diretamente a vida de todo Gamer brasileiro, que foi a proibição de que lojas que mostram preços em Reais cobrassem os valores em moeda estrangeira.

O sistema utilizado por todas as grandes empresas do seguimento Steam, Battle.net, PSN, Live e Nintendo eShop era o mesmo, você efetuava a compra de um jogo que era mostrado no site por R$50,00 esse preço era convertido em dólar (utilizando a cotação de hoje do dólar R$2,63) US$19,02 e esse valor era debitado no seu cartão de crédito internacional, esse sistema possui dois grandes problemas, o primeiro é que toda movimentação em moeda estrangeira é cobrado o IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos e Valores Mobiliários), essa taxa é variável e definida pelo governo a taxa atual é de 6,38% do valor de compra assim, seria acrescido ao seu jogo de R$50,00 mais R$3,19 totalizando R$53,19, diferente dos R$50 anunciados pela empresa, o outro problema era que toda compra feita em cartão de crédito só é calculado seu débito no dia de fechamento da fatura assim se no dia de fechamento de sua fatura o dólar estiver mas caro que os R$2,63 de hoje, você vai pagar mais cara no seu jogo uma vez que o valor cobrado foi US$19,02, assim se no dia de fechamento o dólar estiver em R$2,73 você vai pagar R$51,93 pelo jogo e R$3,32 de IOF, um total R$55,25, claro que você poderia dar sorte e o preço do dólar cair e você pagar menos, vamos usar um exemplo de o preço do dólar cair para  R$2,53 assim você pagaria R$48,13 mais o IOF de R$3,08 dando um total de R$51,21, isso gerou várias reclamações e até processos judiciais, assim os bancos pediram pela alteração da lei obrigando que sempre que o preço estiver em Real a compra só será completada se a compra cair em Real, assim a maioria das empresas de games que atuavam com venda de cópias digitais de games se adequaram ao sistema, a única exceção foi a Nintendo eShop que manteve o modelo antigo, outras sistema como o Steam, Battle.net, PSN e a Live modificaram o seu sistema de pagamento aceitando inclusive pagamentos com boletos bancários.